segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

ÉBRIO, de Felipe Stefani




a noite levou-me qual ébrio furacão dentro do sono a casa o perfume nada sabia do silêncio unânime levava o vinho a janela do quarto negro negro minha treva me chamava madame colocava gelo no copo ah caminho vegetal de tentações mesquinhas na manhã abri as asas na revolta de um insone o vôo sobre a cidade a cidade a cidade a chaga imediata dos vícios deixei-a entorpecida pálpebra negra enquanto o sol faiscava uma loucura unânime migrei para as visões distantes a aurora e o beijo afundou-a até a doçura do sonho besta soberba no outro dia era um poeta




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Felipe Stefani

Filme: "Cenas de um casamento, de Ingmar Bergman.

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